segunda-feira, 22 de março de 2010

Música Mágica

Human - The Killers

I did my best to notice
When the call came down the line
Up to the platform of surrender
I was brought but I was kind
And sometimes I get nervous
When I see an open door
Close your eyes
Clear your heart...
Cut the cord

Are we human?
Or are we dancer?
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer
Are we human?
Or are we dancer?

Pay my respects to grace and virtue
Send my condolences to good
Give my regards to soul and romance,
They always did the best they could
And so long to devotion
You taught me everything I know
Wave goodbye
Wish me well..
You've gotta let me go

Are we human?
Or are we dancer?
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer
Are we human?
Or are we dancer?

Will your system be alright
When you dream of home tonight?
There is no message we're receiving
Let me know is your heart still beating

Are we human?
Or are we dancer?
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer

You've gotta let me know

Are we human?
Or are we dancer?
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer
Are we human
Or are we dancer?

Are we human?
Or are we dancer?

Are we human
Or are we dancer?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Hoje de manhã - o não acaso do acaso

Segunda, 15 de Março de 2010

Afogada nas minhas lágrimas, que atravancavam minha garganta sem querer sair, mas que também não me deixavam dormir mesmo depois de chegar cansada do show, 6 e 30 da manhã resolvi andar na Praia de Botafogo... na verdade eu queria era sair da minha casa, sair de mim um pouco e respirar. Andei bastante, mas muito pesada com uma angústia que me rasgava o peito, dilacerava a alma... Tentando chorar ou cantar , com vontade de gritar bem alto tudo aquilo que me afligia... Andei na areia... quanto lixo... impressionante o número de tampinhas de garrafa ... coloridas... urubus... é.. a baía de Guanabara já foi mais nobre... enfim...

Tava pensando em bater na porta de algum grande amigo que se dispusesse a madrugar para simplesmente me abraçar e me deixar chorar.

Lá estava eu fazendo minha cena... tentando respirar um pouco da minha vida.

Fui pela areia. Voltei pela pista... e passei por dois caras montando uma tenda de personal de corrida. Um deles já me olhava de longe e quando passei carregando todo o peso do mundo nas costas, ele me disse: Bom dia!

Eu respondi meio sem graça, meio triste.. um bom dia bem xoxo...

E fui prum banco de frente pro mar. O engraçado é que na hora uma voz na minha cabeça ficava dizendo, “ele podia vir aqui falar comigo”. Na verdade eu me sentei no banco sentindo isso, porque na verdade eu tava indo pra casa... mas senti que precisava esperar. Como quando se sente que vai chover, eu tinha certeza que alguma coisa ia acontecer. E não porque eu tivesse algum interesse, pra ser sincera na hora nem me lembrei de como ele era... mas sabe um sentimento forte de que é alguém que eu precisava conhecer naquele momento? Engraçado né? Enfim...

Fiquei lá, olhando o mar e as velhinhas fazendo alongamento com um professor muito atencioso que já tava La desde cedo (eu vou ser uma velhinha assim).

Passaram-se 15 minutos... e ele veio.

Eu não fiquei surpresa... mais engraçado ainda.

E ele disse:

- Oi, desculpa, eu vi você passando muito triste com uma expressão tão carregada. E me deu um bom dia tão tristinha. E vou te dizer, semana passada eu tava assim que nem você... com essa mesma cara aí voltando no ônibus, e um cara que sentou do meu lado começou a conversar comigo, perguntar o que tinha me acontecido. E eu achei isso muito legal. E eu te vi... e se vc não tivesse me respondido o bom dia, eu não teria vindo. Mas até falei com meu parceiro de trabalho: “nada acontece por acaso, fizeram isso comigo, agora é a minha vez de ajudar.” Você deve estar meio assustada, mas olha... as vezes conversar com um estranho faz bem.

Mais ou menos isso... e eu? Desabei num choro sentido, como se ele me conhecesse há anos... e falei,. falei, falei...falei muito... soltei o que tava preso dentro de mim, o que eu tinha vergonha de falar com quem me conhece... e como nada é por acaso descobri inclusive que ele tinha morado 3 anos em Viçosa (aí eu fiquei de cara de vez)... e eu falava e chorava...

Conversamos quase 1 hora. Eu desabafei... sobre tudo... ele me aconselhou, me disse as palavras certas sem passar a mão na minha cabeça. E disse coisas sobre as quais eu realmente vou pensar, me deu chaves para portas que eu não conseguia destrancar.

Impressionante. Um psicólogo da vida... Uma pessoa do bem.

E no final eu estava rindo! A gente conversando coisas mais animadas. Eu conseguindo ver o lado positivo da zona toda...Eu estava leve... eu estou leve.

Trocamos contatos porque encontros assim não devem ser desperdiçados. E o abraço que eu ainda precisava. Uma amizade que já nasce pronta e verdadeira. Conectada com o o que tem de melhor, pelo simples desejo que ele teve de me ajudar... foi como um colete salva-vidas num lugar muito, muito fundo.

Cheguei em casa com o sono que eu não ando tendo, mas senti a necessidade urgente de registrar isso que acabei de viver.

Mudou meu humor, minha hora, meu dia, e talvez minha vida.

E ganhei um amigo.

Nada, nada acontece por acaso.

-- Foto que tirei com meu celular, outro dia , la do Botafogo Praia Shopping, E viva meus arredores!

terça-feira, 2 de março de 2010

Direto do Livro

Miniconto do livro "O Senhor Brecht" de Gonçalo M. Tavares, autor português que passei a adorar que me foi muito bem indicado pelo @leoschabbach. Comprei "O Senhor Brecht"na Bienal do livro, viciei e li logo mais 3 dele! Enjoy!

"Projetos

O bosque desenvolvia-se lentamente, como era hábito
desde há séculos, quando chegou um homem e apresentou
um projeto. Durante três dias deitaram árvores abaixo.
Ao 4 dia repousaram do esforço.

Passado um ano veio outro homem, olhou para o que

agora era uma planície, e disse:
- Faltam aqui árvores.
Nos três dias seguintes plantaram árvores.

Ao 4 dia repousaram do esforço.

Ao fim de doze anos o bosque estava outra vez recomposto.

Chegou, então, outro homem. "


TAVARES, Gonçalo M., "O Senhor Brecht", Ed. Casa da Palavra, Rio de Janeiro, 2005