sábado, 25 de setembro de 2010

Para todos os Nós

Com o pé na estrada

Sem deixar vestígios

Me libertando de tudo que foi

Deixo pra trás todos os compromissos

Sem mais certezas para me guiar.


O pensamento é daqui pra frente

Não adianta tentar me seguir

O que eu chorei eu deixo no passado

O que já vem é o que me faz sentir

Bater o coração

De novo.

Só por mim e por ninguém mais

Cansei de me sentir

Culpada.

De ter que perdoar... não mais


Sabiam que eu sou

De carne e osso?

E uma hora iria me cansar

De ser tratada como qualquer uma

De engolir os sapos que jogaram pra mim...


Contando os cacos em que fui partida

Fazendo tudo pra me recompor

Pisando fundo e voando alto

O que eu quero é conseguir sair, daqui ,

Dali,

De lá,

De todos os Nós

De tudo que restou e não me agrada

Tentando ser melhor do que o que foi

Cansei de só catar migalhas

O que eu mereço é tudo

Que o mundo tem pra mim




segunda-feira, 22 de março de 2010

Música Mágica

Human - The Killers

I did my best to notice
When the call came down the line
Up to the platform of surrender
I was brought but I was kind
And sometimes I get nervous
When I see an open door
Close your eyes
Clear your heart...
Cut the cord

Are we human?
Or are we dancer?
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer
Are we human?
Or are we dancer?

Pay my respects to grace and virtue
Send my condolences to good
Give my regards to soul and romance,
They always did the best they could
And so long to devotion
You taught me everything I know
Wave goodbye
Wish me well..
You've gotta let me go

Are we human?
Or are we dancer?
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer
Are we human?
Or are we dancer?

Will your system be alright
When you dream of home tonight?
There is no message we're receiving
Let me know is your heart still beating

Are we human?
Or are we dancer?
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer

You've gotta let me know

Are we human?
Or are we dancer?
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer
Are we human
Or are we dancer?

Are we human?
Or are we dancer?

Are we human
Or are we dancer?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Hoje de manhã - o não acaso do acaso

Segunda, 15 de Março de 2010

Afogada nas minhas lágrimas, que atravancavam minha garganta sem querer sair, mas que também não me deixavam dormir mesmo depois de chegar cansada do show, 6 e 30 da manhã resolvi andar na Praia de Botafogo... na verdade eu queria era sair da minha casa, sair de mim um pouco e respirar. Andei bastante, mas muito pesada com uma angústia que me rasgava o peito, dilacerava a alma... Tentando chorar ou cantar , com vontade de gritar bem alto tudo aquilo que me afligia... Andei na areia... quanto lixo... impressionante o número de tampinhas de garrafa ... coloridas... urubus... é.. a baía de Guanabara já foi mais nobre... enfim...

Tava pensando em bater na porta de algum grande amigo que se dispusesse a madrugar para simplesmente me abraçar e me deixar chorar.

Lá estava eu fazendo minha cena... tentando respirar um pouco da minha vida.

Fui pela areia. Voltei pela pista... e passei por dois caras montando uma tenda de personal de corrida. Um deles já me olhava de longe e quando passei carregando todo o peso do mundo nas costas, ele me disse: Bom dia!

Eu respondi meio sem graça, meio triste.. um bom dia bem xoxo...

E fui prum banco de frente pro mar. O engraçado é que na hora uma voz na minha cabeça ficava dizendo, “ele podia vir aqui falar comigo”. Na verdade eu me sentei no banco sentindo isso, porque na verdade eu tava indo pra casa... mas senti que precisava esperar. Como quando se sente que vai chover, eu tinha certeza que alguma coisa ia acontecer. E não porque eu tivesse algum interesse, pra ser sincera na hora nem me lembrei de como ele era... mas sabe um sentimento forte de que é alguém que eu precisava conhecer naquele momento? Engraçado né? Enfim...

Fiquei lá, olhando o mar e as velhinhas fazendo alongamento com um professor muito atencioso que já tava La desde cedo (eu vou ser uma velhinha assim).

Passaram-se 15 minutos... e ele veio.

Eu não fiquei surpresa... mais engraçado ainda.

E ele disse:

- Oi, desculpa, eu vi você passando muito triste com uma expressão tão carregada. E me deu um bom dia tão tristinha. E vou te dizer, semana passada eu tava assim que nem você... com essa mesma cara aí voltando no ônibus, e um cara que sentou do meu lado começou a conversar comigo, perguntar o que tinha me acontecido. E eu achei isso muito legal. E eu te vi... e se vc não tivesse me respondido o bom dia, eu não teria vindo. Mas até falei com meu parceiro de trabalho: “nada acontece por acaso, fizeram isso comigo, agora é a minha vez de ajudar.” Você deve estar meio assustada, mas olha... as vezes conversar com um estranho faz bem.

Mais ou menos isso... e eu? Desabei num choro sentido, como se ele me conhecesse há anos... e falei,. falei, falei...falei muito... soltei o que tava preso dentro de mim, o que eu tinha vergonha de falar com quem me conhece... e como nada é por acaso descobri inclusive que ele tinha morado 3 anos em Viçosa (aí eu fiquei de cara de vez)... e eu falava e chorava...

Conversamos quase 1 hora. Eu desabafei... sobre tudo... ele me aconselhou, me disse as palavras certas sem passar a mão na minha cabeça. E disse coisas sobre as quais eu realmente vou pensar, me deu chaves para portas que eu não conseguia destrancar.

Impressionante. Um psicólogo da vida... Uma pessoa do bem.

E no final eu estava rindo! A gente conversando coisas mais animadas. Eu conseguindo ver o lado positivo da zona toda...Eu estava leve... eu estou leve.

Trocamos contatos porque encontros assim não devem ser desperdiçados. E o abraço que eu ainda precisava. Uma amizade que já nasce pronta e verdadeira. Conectada com o o que tem de melhor, pelo simples desejo que ele teve de me ajudar... foi como um colete salva-vidas num lugar muito, muito fundo.

Cheguei em casa com o sono que eu não ando tendo, mas senti a necessidade urgente de registrar isso que acabei de viver.

Mudou meu humor, minha hora, meu dia, e talvez minha vida.

E ganhei um amigo.

Nada, nada acontece por acaso.

-- Foto que tirei com meu celular, outro dia , la do Botafogo Praia Shopping, E viva meus arredores!

terça-feira, 2 de março de 2010

Direto do Livro

Miniconto do livro "O Senhor Brecht" de Gonçalo M. Tavares, autor português que passei a adorar que me foi muito bem indicado pelo @leoschabbach. Comprei "O Senhor Brecht"na Bienal do livro, viciei e li logo mais 3 dele! Enjoy!

"Projetos

O bosque desenvolvia-se lentamente, como era hábito
desde há séculos, quando chegou um homem e apresentou
um projeto. Durante três dias deitaram árvores abaixo.
Ao 4 dia repousaram do esforço.

Passado um ano veio outro homem, olhou para o que

agora era uma planície, e disse:
- Faltam aqui árvores.
Nos três dias seguintes plantaram árvores.

Ao 4 dia repousaram do esforço.

Ao fim de doze anos o bosque estava outra vez recomposto.

Chegou, então, outro homem. "


TAVARES, Gonçalo M., "O Senhor Brecht", Ed. Casa da Palavra, Rio de Janeiro, 2005




domingo, 28 de fevereiro de 2010

O que não tem receita 2 - Intertextualizando

Escrevi o pequeno "O que não tem receita", ontem, por alguns motivos que não convém citar aqui (ou não agora). O que vem ao caso é que hoje fui à banca e resolvi me atualizar no mundo impresso. Comprei o Globo (que já é de praxe no domingo) e mais Época, JB e Veja. Ótimo. Nada substitui o papel.
Ainda estou no Globo. Domigo é dia de ler jornal inteiro, incluindo as partes que eu considero chatas (Economia e tal...) mas já cheguei à Revista, que adoro e, é sim um dos principais motivos de eu sempre comprar no domingo (além da coluna do João Ubaldo). E estou fazendo toda essa introdução porque, eis a minha surpresa, na página 44 - coluna Consultório, do Alberto Goldin - leio o seguinte:

"A novidade comoveu o planeta. Jovens gênios da neuroinformática inventaram um aparelho semelhante a uma câmera fotográfica, capaz de revelar desejos íntimos e fantasias ocultas. Ao focalizar o rosto da pessoa, visualiza tudo o que pensa, ama ou detesta. Uma espécie de tomógrafo mental. Vendeu horrores, porém, em pouco tempo, o verdadeiro horror ficou evidente. Milhares de separações, agressões, vizinhos pedindo explicações... Amizades da vida inteira acabaram de repente.
Finalmente, as autoridades proibiram-no, limitando seu uso a aeroportos e delegacias. Fora disso, encrenca pura. Era óbvio que não tinham inventado a invasão de privacidade, no passado houve grampos telefônicos, correspondências violadas, câmeras ocultas, emails expostos etc. Só que o novo aparelho era mais eficiente, despia a alma e a exibia em praça pública. (...)" (Revista do Globo, 292, 28/02/10, pg.44)

Achei curiosa a coincidencia do tema e por isso resolvi trazer pra cá e continuá-lo. É... uma máquina fotográfica da mente talvez seja um brinquedo perigoso em mãos humanas. aliás o que sempre acontece... o remédio se torna veneno pela simples sede de controle que nos toma, por não conseguirmos controlar nossos impulsos. Quando escrevi ontem, eu a desejava intensamente . Algo que pudesse me traduzir naquele momento. Mas, uma vez inventado não haveria como voltar atrás. Aproveito para colocar também um trecho do comentário do querido @sergiomarcio2 - do www.aldeacultural.com - no post:

"Não haveria nudez mais reveladora que a de um álbum de fotos feito com uma máquina assim.
Exposições antológicas seriam realizadas e muitos aproveitariam para vender seus álbuns no E-bay e no Mercado Livre."

É... melhor não. Aí me peguei pensando... "Ok, sem máquina fotográfica... talvez uma impressora pessoal que imprimisse os pensamentos naqueles papéis de extrato de banco que se apagam depois de um tempo". Então imaginei o valor de um papelzinho desses plastificado, as inúmeras chantagens possíveis, publicações de pensamentos de ex amores que um dia foram dados em confiança e prova de afeto... Fãs revirando lixeiras de hotéis à procura de um pensamento fresquinho e arrependido do seu ídolo... Enfim... É... melhor máquina nenhuma. Máquina nenhuma e um pouco mais de maturidade para conseguir traduzir o que as vezes é tão estranho, mas precisa ser dito. para organizar melhor os pensamentos e não se deixar bagunçar por coisas simples. E dormir a noite toda. Ou não... talvez seja mesmo essa a graça disso tudo.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O que não tem receita

Tão dificil falar sobre as coisas intangíveis...
Exprimir em palavras o que só se sente...
Dá vontade de ter um gravador de pensamentos,
uma máquina fotográfica da mente.

Her morning elegance - Oren Lavie

Um dos videos mais legais que já vi! Feito em stopmotion. E a música é linda!



"Sun been down for days
A pretty flower in a vase
A slipper by the fireplace
A cello lying in its case

Soon she's down the stairs
Her morning elegance she wears
The sound of water makes her dream
Awoken by a cloud of steam
She pours a daydream in a cup
A spoon of sugar sweetens up

And she fights for her life
as she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
as it pours
And she fights for her life
as she goes in a store
with a thought she has caught
by a thread
she pays for the bread
and she goes…
Nobody knows

Sun been down for days
A winter melody she plays
The thunder makes her contemplate
She hears a noise behind the gate
Perhaps a letter with a dove
Perhaps a stranger she could love

And she fights for her life
as she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
as it pours
And she fights for her life
as she goes in a store
with a thought she has caught
by a thread
she pays for the bread
and she goes…
Nobody knows"

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

No momento... (sem nenhuma lógica estrutural)

... ainda não desmontei a árvore de natal
... com o dedo mindinho do pé quebrado pela quinta vez (duas vezes o direito e tres - atual - o esquerdo)
...viciada em Yakissoba do delivery
... com preguiça de arrumar minha casa
... mas preciso tirar metade das coisas que estão dentro dela
... voltei a ler Saramago
... não to indo ao cinema
... mas to contando os dias pro Alice in Wonderland
... não to indo ao teatro (que vergonha!)
... cantando (Folk Off!)
... aprendendo sobre som (é física Lívia, é física...)
... ouvindo muuuita música
... cansei dos relacionamentos vazios
... mas os cheios me entediam
... conhecendo muita gente legal
... tomando Jack Daniels
... e Stellinha Artois
... saí do Farmville antes que fosse tarde demais
... to twittando loucamente (@lihmantovani ;D)
... to vivendo em ingles/portugues
... estou mais próxima do que nunca dos meus amigos
... mas devendo emails pra todo mundo
... tentando estudar filosofia e história da arte por conta própria
... sem camera na mão, mas cheia de idéias na cabeça
... buscando não sei quê, não sei onde... mas vou encontrar.. ah se vou!
Toda vez que se forma
um nó na garganta,
respira-se menos...