terça-feira, 19 de abril de 2011

Falsa Felicidade

E há dias em que acordo e me escondo bem atrás do meu sorriso.

Pra não fugir demais daquela eterna obrigação de ser feliz

No fundo, escondida, está a angústia de não ter o que preciso

E não saber ao certo mais por onde continuar a procurar.


Porque isso tudo, na verdade, é falsa felicidade

A tal que você veste pra encarar a multidão.

Se ao menos um soubesse o que eu sinto de verdade

Veria que os meus pés não estão grudados mais no chão.


E vagam por aí em vôos rápidos, confusos

Nadando por um ar que é rarefeito e viciado

Tentando encontrar um solo firme e até seguro.

Tentando ultrapassar de alguma forma esse hiato.


E o que eu vou fazer se nunca fui tão conformada

Que a vida é nascer, crescer e se reproduzir?

Se quero mais que dias de trabalho e noites fartas

Se os meus pensamentos não me deixam mais dormir.


Se longe lá, bem longe, vejo um tempo diferente

Se perto, ao meu redor, nada parece funcionar

Se estando nos meus sonhos sou feliz e iludida

E quero muito mais do que nasci para aceitar.


Porque isso tudo, na verdade, é falsa felicidade

A tal que você veste pra encarar a multidão.

Se ao menos um soubesse o que eu sinto de verdade

Veria que os meus pés não estão grudados mais no chão.

E voam.



domingo, 10 de abril de 2011

Essisses... (poema incompleto)

Essa sensação incessante.

Essas lacunas que não cessam.

Essa incompletude que não completa.

Esse vazio que nunca preenche.

Essa ansiedade que me enche.

Esse cansaço mental de pensar.

Esses pensamentos que me deixam sem sono.

Essa insônia que não me deixa.

Essa deixa que não cala.

Esse calar cheio de falas.

Esse martelar de sinos mudos.

Essa cabeça que não desliga.

De jeito nenhum

De jeito nenhum.

Dê jeito?

Nenhum...

domingo, 3 de abril de 2011

Do amor e de furos

Pedaços de mim espalhados

São cacos de um tempo que foi

Junta-los? Difícil, são tantos...

E cortam a alma de dor


E o sangue que sai não se lava

Por mais que se lave, não sai

Por mais que eu esfregue essas manchas

Limpar não estanca o sangue que cai.


As gotas vermelhas e densas,

Perfuram o chão e o amor.

E o vento atravessa e traz frio

Quando só quer sentir-se o calor.